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Solar

ESTRUTURAS DE FIXAÇÃO PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

13/07/2022 / Por AmaraNZero
ESTRUTURAS DE FIXAÇÃO PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

Quando se pensa em qualidade de um sistema fotovoltaico, as primeiras coisas que vem à mente são sem dúvida, os módulos fotovoltaicos e os inversores. Sim, isso tem um sentido lógico. São os dois principais componentes envolvidos na geração de energia através da luz solar. Os módulos, responsáveis por captar a luz solar e a transformar em corrente elétrica, e os inversores com a função de converter essa corrente elétrica vinda dos módulos em corrente elétrica alternada, capaz de alimentar nossos equipamentos e até gerar créditos de energia com a concessionária local.

Então vamos lá: Você analisou cuidadosamente os fabricantes dos módulos, constatou que são de confiança, os equipamentos atendem ao que precisa, possuem diversos certificados internacionais, ensaios em laboratórios etc. O inversor a mesma coisa. Testes no Inmetro, normas internacionais ... você até contratou uma garantia estendida dele, para que seu cliente não se preocupe durante os 25 anos previstos.

Mas como estava em uma dura negociação com outros fornecedores, precisando reduzir custos para fechar o negócio, encontrou um outro fornecedor para as estruturas de fixação, mais barata e que segundo eles, atendiam a sua instalação sem problemas. Imagina daqui a 2, 3 anos, teu cliente te ligando dizendo que a estrutura está se deteriorando com a corrosão do material? Ou ainda pior, uma ventania na região acaba atingindo e arrancando os módulos da fixação? Pense nos custos com mão de obra de retrabalho, substituição de materiais (Afinal, instalar materiais inadequados gerando corrosão não está coberto pela garantia dos fornecedores de módulos FV), ou pior ainda, acidentes que podem até vitimar pessoas – A ART que você ou o responsável técnico assinou te responsabiliza por isso.

Hoje existem no mercado estruturas de fixação para os mais diversos tipos de telhados e suas variações. Cerâmicos, fibrocimento tradicional, fibrocimento calhetão, telhados metálicos dos mais diversos tipos, com ou sem inclinação, além de estruturas para laje e solo. É necessária uma avaliação muito criteriosa para a escolha do mais adequado. 

Mapa

Há opções com mini trilhos, fixação direto em telha e não no caibro, etc. Elas atendem ao especificado no manual de instalação e principalmente nos termos de garantia dos módulos FV? Espaçamentos mínimos? Formas de fixação? 
Você sabe por exemplo o que são isopletas? Conhece o histórico de ventos da região onde será feita a instalação? Seu fornecedor respeita as considerações de ventos contidas na ABNT NBR 6123?

De acordo com a região no Brasil, é necessário que se atenda a especificação de ventos de até 180km/h (Região V), de acordo com a NBR 6123. Tem isso nos equipamentos do seu fornecedor?

E quanto ao material empregado na fabricação, tem conhecimento da qualidade e aplicação dele? Essa estrutura estará exposta ao tempo por no mínimo 25 anos. Ela é capaz de suportar essa exposição? E testes de resistência a salinidade (Salt spray), conforme a norma ABNT NBR 8094? A estrutura é certificada? Observe na imagem abaixo a diferença entre estruturas em alumínio 6005 e aço galvanizado:

estruturas em alumínio 6005 e aço galvanizado
estruturas em alumínio 6005 e aço galvanizado

Está se tornando comum agora nas estruturas de fixação os chamados clips de aterramento. Nome errôneo na minha opinião, e que acaba fazendo com que o cliente negligencie muitas vezes o correto aterramento dos módulos, conforme o manual de instalação do painel FV indica. Estes clips são, na verdade, conectores para equipotencializar a estrutura com os módulos. Isso não dispensa de forma alguma o aterramento adequado indicado pelo fabricante.

Num mercado com enorme potencial como o nosso, sempre surgirão novas empresas, novos fornecedores de equipamentos. Bons e ruins, claro. É necessário se precaver o máximo possível, avaliar certificações, ensaios, materiais empregados na fabricação, para que um item que tem um custo reduzido se comparado ao total do investimento não prejudique todo o retorno financeiro esperado, além de denegrir a imagem da sua empresa no mercado.

THIAGO MINGARELI CAVALINI Engenheiro eletricista graduado pela Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho. Experiencia com projetos de BT e MT, desde 2016 no setor fotovoltaico nas fases de projeto e execução de sistemas de micro e minigeração distribuída. Desde 2018 atuando como consultor de sistemas fotovoltaicos, especificamente no suporte técnico pré e pós vendas de kits geradores FV.
THIAGO MINGARELI CAVALINI